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sábado, 24 de novembro de 2012

Em Cena



que entre a luz
incomode os olhos

inertes sonados

invada ilumine os cantos
amuados em lamentos
tisnados pelos prantos

quero vento na cara
pessoas e alaridos
brisas e gemidos

quero as dores
dantescas
em cores odores

não quero fugas
ser trânsfugas
anseio a crueza

não telas oníricas
perdidas soltas
folhas aos ventos

quero sangrar
minhas feridas
engalfinhar-me com a vida

gemer, sofrer,
fugir...
não mais !


Ediloy A. C. Ferraro

Flor do Meu Jardim





Vives presente em torno de mim,
mas em tua suave discrição,
às vezes te fazes desapercebida.
Tua raridade não está no teu corpo,
mas na alma que o anima.
Tua visão encanta, mas é teu coração
que me atrai em teu afeto leve.
Tua paz acalma minha guerra.
És etérea sutileza que
sublima-se em  sensualidade.
Lembrar de tua sempre beleza,
é recordar a imagem
do desabrochar de um botão.
Flor dentre outras flores,
mas única flor meu jardim.
Teu ser é o melhor de cada estação,
Não tens a fugacidade das
flores que brotam na primavera,
pois tuas pétalas comungam
com a promessa de eternidade.
Tens o calor, mas não és ardente,
como se faz o verão em seu auge.
Não tens a melancolia do outono,
pois em ti, os tons cinza
agregam sentimentos de paz.
Não tens o vento frio
e cortante do inverno,
pois já aprendeste a ser brisa
que refresca a pele em carícia.
Longe dos labirintos emocionais,
dos atrativos jogos da sedução,
teus sentimentos simples e singelos,
tua franqueza e honestidade.
Emanas singela humildade,
mas nunca servidão,
pois tens ares de majestade.
És rainha que não possui,
pois que não precisas da posse,
já que tens a oferta de meu coração,
flor única dentre
as flores do meu jardim.


Gilberto Brandão