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quarta-feira, 11 de março de 2020



Valsa
Fez tanto luar que eu pensei nos teus olhos antigos
e nas tuas antigas palavras.
O vento trouxe de longe tantos lugares em que estivemos,
que tornei a viver contigo enquanto o vento passava.

Houve uma noite que cintilou sobre o teu rosto
e modelou tua voz entre as algas.
Eu moro, desde então nas pedras frias que o céu protege
e estudo apenas o ar e as águas.

Coitado de quem pós sua esperança
nas praias fora do mundo...
- Os ares fogem, viram-se as águas,
mesmo as pedras, com o tempo, mudam.

Poesia, de
Cecília Meireles

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