Seguidores

domingo, 29 de setembro de 2013

                        O dia está amanhecendo;
O sol começa a despontar no horizonte;
Em meu peito a inquietude provocada pela incerteza do que irá me acontecer;
                      É como se de repente tudo à minha volta tivesse perdido o seu sentido; Ponho-me a chorar, mas não sei exatamente o porquê.
                     Vejo pássaros que voam um vôo tranqüilo, parece que eles têm certeza do que buscam e de onde o encontrarão;
                     Começo a questionar-me sobre o que tenho desejo e onde buscar.        
                     Os pássaros se perderam de vista, e eu me perco em pensamento.
E eu me perco em pensamentos.
                   Que certeza eu posso ter em meio a toda essa confusão?
                   O que me assegura que eu estou realmente vivo e não morto?
Parece-me que há uma cortina de trás da qual o sol acabou de sair.
                   Será possível erguê-la e dá uma olhada para ver o que acontece por lá e qual é o filme que passa sobre minha vida?
Não ter resposta para estas perguntas é torturante;
                   Não saber qual é o enredo do filme que envolve minha vida é muito triste e doloroso.
                   Mas, então, o que devo fazer?
                   Sentar-me e esperar tudo acontecer?
Não!
                  É necessário que eu mesmo crie o enredo do filme que eu quero para minha vida e certamente voarei livremente como os pássaros.
                                   ""Anjo""

Minha Vida

Quando a dor tomou minh'alma,
quando o colorido se perdeu,
quando meu ego pedia calma,
quando meu corpo desfaleceu...
Quando meu mundo estava em guerra,
quando os astros perderam a luz,
quando o céu juntou-se a terra,
quando o cenário fazia jus..
Quando meus olhos procuravam saída,
quando meu coração sangrava em segredo,
quando meus dias estavam sem vida,
quando tudo que eu tinha era medo!...
Quando a esperança chegava ao fim,
elevei minhas preces à Deus e
ouvi uma voz que dizia assim:
Não Tema!!!
Um ANJO virá ao amanhecer,
A cor que outrora se perdeu
nesses olhos tu há de ver...
Não sofra!!!
A paz ao teu mundo ele trará
Com braços fortes te defenderá
E sua guerra, este findará!
Acredite!!!
Por amor a ti foi reservado
Um presente dos céus lhe será dado,
O ANJO que veio pra te acolher
em tua vida deverá permanecer...
Ame!!!
O ANJO que deixou de ser
para livrar-te de toda dor,
trocou "poder" por "querer"
para mostrar-te o verdadeiro AMOR!!!
E assim está se cumprindo,
o ANJO existe, e ele é LINDO!
Embora pareça poesia,
Hoje eu vivo esta alegria!!!

sábado, 28 de setembro de 2013

A delicadeza pousou em meu coração

Aqui em casa pousou uma esperança.
Não senti nada, de tão leve que era,
 foi só visualmente
que tomei consciência de sua presença.
Encabulei com a delicadeza.
Eu não mexia o braço e pensei:
 "e essa agora? Que devo fazer?"
Em verdade nada fiz.
Fiquei extremamente quieta
 como se uma flor tivesse nascido em mim.

Clarice Lispector

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Luz dos Olhos

 

Ponho os meus olhos em você, se você está
Dona dos meus olhos é você, avião no ar
dia pra esses olhos sem te ver, é como o chão do mar
Liga o radio a pilha, a TV, só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora
Os meus olhos vidram ao te ver, são dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros pra poder, melhor te enxergar
Luz dos olhos para anoitecer, é só você se afastar
Pinta os lábios para escrever, a tua boca é minha
Que a nossa musica eu fiz agora, lá fora a lua irradia
a glória
E eu te chamo, eu te peço vem
Diga que você me quer, porque eu te quero também
Passo as tardes pensando
Faço as pazes tentando te telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora
E eu vou guiando, eu te espero vem
Siga onde vão meus pés, que eu te sigo também
Por que eu te amo e eu berro vem
Grita que você me quer porque eu te quero também
(Nando Reis)

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Não estou afim

Não estou afim de conversar, de dizer o que estou sentindo, de me explicar, não quero responder as perguntas, não quero chorar, nem dizer nada… Eu só quero ficar olhando para o nada sem reação esperando que isso passe, esperando que o vento leve todas essas mágoas ou que as águas das cachoeiras lave todas as impurezas, quero sentar no ponto mais alto de um prédio e observar a vista lá de cima sem pensar em nada… Não se preocupe, eu ficarei bem
                             * sonhos e poesias*











                                                                                                  

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Amantes

Os segredos que escondem minh'alma

Trancados deveras em meu ser

São eles portadores de calma

Refletida nas águas do meu viver.

 

Se soubessem o valor desses instantes

Que transformam minhas mágoas em risos

Veriam mais que fogo em dois amantes

Que buscam nesse jogo um bem preciso.

 

Hei de gritar a todo o mundo

Que o que me mata e consome

Também traz-me ar e me faz renascer.

 

Hei de viver esse sonho profundo!

Hei de calar aquele que chama meu nome

Com beijos de amor que o farão reviver.





Letícia Thompson

domingo, 22 de setembro de 2013

Ausência


Passam as horas frias do dia
Não te vejo
Não te sinto
Nem ouço a sua doce voz aguçando meus sentidos

Talvez tenhamos nos perdido entre um verso e outro
Ou quem sabe uma ventania tenha levado o mel da tua presença

E a tarde vai findando em doce melancolia
E outra vez é noite
O céu povoa de estrelas
Ah! A lua!
Quem sabe ela me trás notícias suas...

Arnalda Rabelo

sábado, 21 de setembro de 2013

Canção De outono




Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando a queles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...

*Cecilia Meireles*

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Seu passado

Sei que estou em seu passado
Mas o que posso fazer!
Se quero-te como meu amado.
No fundo não consigo te esquecer.
Muito tempo se passou
Agora eu tento ser feliz.
Eu sei que já me desejou
tento a cada momento te mostrar.
Quero deixar de ser passado
Quero no presente viver feliz.
   
*sonhos e poesias*

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Minha Lembrança

Sem escolhas, quero hoje lembrar...
Fechar os olhos e sorrir suave

Sem escolhas, quero hoje lembrar...
Fechar os olhos e sorrir suave
Num espaço que o cósmico
Sei, vai me ouvir.
Ouvir meus murmúrios,
Rumores mentais
Vibrando a luz...
Deixada como um rastro
De pó estrelar.
Quero lembrar outonos
De folhas caídas
Amareladas folhas
Escritas em poesia e no velho caderno
Deixado, esquecido, descartado.
Mas como tudo é reciclável...
Vou um dia de verão
Folheá-lo, rever com gosto
O bem que me causou!
Num espaço que o cósmico
Sei, vai me ouvir.
Ouvir meus murmúrios,
Rumores mentais
Vibrando a luz...
Deixada como um rastro
De pó estrelar.
Quero lembrar outonos
De folhas caídas
Amareladas folhas
Escritas em poesia e no velho caderno
Deixado, esquecido, descartado.
Mas como tudo é reciclável...
Vou um dia de verão
Folheá-lo, rever com gosto
O bem que me causou!

-Clécia-

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A viagem

Milano chegou ao Brasil, de tanto desejar ver de perto uma fauna e flora e o ar leve que sustenta o mundo, este o mundo a que vim, de pedra e sonho. Em fim todos já estavam a sua espera, ali, em noites mal dormidas, aguardava o amanhecer. Milano achou a cidade aparentemente pacata pouco movimento.
Ficou a observar o mar, ali , perto das caixas d'água sentou-se na ampla varanda da casa  o rebuliço das águas deu-lhe a impressão de jamais haver cruzado o rio. Uma primeira viagem que lhe inundou o coração ao mesmo tempo com sentimento da desordem e da descoberta. continuação em breve

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Alegrias de Joana *Clarice Lispector*

A liberdade que às vezes sentia. Não vinha de reflexões nítidas, mas de um estado como feito de percepções por demais orgânicas para serem formuladas em pensamentos.


O estado para onde deslizava quando murmurava: eternidade o próprio pensamento adqueria uma qualidade de eternidade.

 Aprofundava-se magicamente e alargava-se sem propriamente um conteúdo e uma forma, mas sem dimensões também.

A impressão de que se conseguisse manter-se na sensação por mais uns instantes teria uma revelação- facilmente, como enxergar o resto do mundo apenas inclinado-se da terra para o espaço.  

Eternidade não era só o tempo, mas algo como a certeza enraizadamente profunda de não poder contê-lo no corpo por causa da morte; a impossibilidade de ultrapassar a eternidade era eternidade; e também era eterno um sentimento em pureza absoluta, quase abstrato. 

Sobretudo dava ideia de eternidade a impossibilidade de saber quantos seres humanos se sucederiam após seu corpo, que um dia estaria distante do presente com velocidade de um bólido.

Definia eternidade e as explicações nasciam fatais como as pancadas do coração. Delas não mudaria um termo sequer, de tal modo eram sua verdade.

Porém mal brotavam, tornavam-se vazias logicamente.Definir a eternidade como uma quantidade maior que o tempo e maior mesmo do que o tempo que a mente humana pode suportar em ideias também não permitiria, ainda assim, alcançar sua duração.

Sua qualidade era exatamente não ter quantidade, não ser mensurável e divisível porque tudo o que se podia medir e dividir tinha um princípio e um fim.
Eternidade não era a quantidade infinitamente grande que se desgastava, mas eternidade era a sucessão.

Então Joana compreendia subitamente que na sucessão encontrava-se o máximo de beleza, que o movimento explica a forma_ era tão alto e puro gritar: o movimento explica a forma! _ e na sucessão também se encontrava a dor porque o corpo era mais lento que o movimento de continuidade
ininterrupta.

A imaginação aprendia e possuía o futuro do presente, enquanto o corpo restava no começo do caminho, vivendo em outro ritmo, cego à experiência do espírito... Através dessas percepções- por meio delas Joana fazia existir alguma coisa_ ela se comunicava a uma alegria suficiente em si mesma.
Havia muitas sensações boas. Subir o monte, parar no cimo e, sem olhar, sentir atrás a extensão conquistada,
lá longe a fazenda O vento fazendo esvoaçar as roupas, os cabelos. Os braços livres, o coração fechado e abrindo selvagemente, mas o rosto claro e sereno sob o sol. e sabendo principalmente, que a terra embaicho dos pés era tão profundo e tão secreta que não havia a temer a invasão do entendimento dissolvendo seu mistério. Tinha uma qualidade de glória esta sensação. 

Certos momentos da música. A música era da categoria do pensamento, ambos vibravam no mesmo movimento e espécie. Da mesma qualidade do pensamento tão íntimo que ao ouvi-la, este se revelava. Do pensamento tão íntimo que, ouvindo alguém repetir as ligeiras nuances dos sons, Joana se surpreendia como se fora invadida e espalhada.