Fiz-me prisioneira de tuas disfarçadas
E inacabadas palavras...
Atormentados momentos pressentiam
Sentimentos embaralhados,
Ensangüentados em teu pranto
Derramando-se em toques nesta imprecisa madrugada...
Afoguei-me neste mar à tua procura,
Dispensando (in)certezas,
Juntando os cacos do tempo a indagarem:
Como prosseguir em sonhos imprecisos,
Velados e suspensos?
Fiz-me prisioneira desta dor
Que se revela no precipício,
Tentando sufocar este cansaço no olhar...
A vida continua pulsando...
Arde na alma o descolorido-vazio da saudade...
E o sabor amargo da despedida...
*Resom*
Nuvens não me impedirão de desbravar caminhos interditados,
Atalhos secundários,
Mastigando lamentos...
Paredes não me calarão enquanto o meu grito puder
Sinalizar a vida que habita no coração recortado...
O teu soluço fez-se treva em minha alma...
Naufraguei na sonolência desnorteada,
Buscando o sentido no perdido vazio
Inutilmente em pranto inconsolável...
Os teus acordes desafinaram o gorjeio dos pássaros
Que carregavam um pouco do desejo de romper atrocidades...
Espanto na ousadia em perseguir o amor em luta...
Como ousas imaginar o sol em agonia,
Gestos simulados com o sabor de perversidade?
Como ousas apagar nossas sombras impressas nas estrelas
Diluídas em poemas famintos?
Descobertas sonhadas...
Descubro no tempo a cilada da vigília que nos abate...
Tropeçamos na escuridão e nos ferimos...
Deixa-me enxugar esta solidão que esfarrapou
A escuta aberta...
Deixa-me apagar esse ódio que nos circunda em súplica,
Aflito por não nos ter contaminado em armadilhas...
Melodias plagiadas sem noção da intensidade-transparência...
Deixa-me percorrer os trilhos que nos levarão
A colher pétalas soltas, em metades,
Regressando em sintonia no mistério que nos pede ternura!
Resom
Sê o que renuncia
Altamente:
Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!
Abre a tua alma nas tuas mãos
E abre as tuas mãos sobre o infinito.
E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto!
Cecília Meireles
Os meus abraços erguem-se ...
Além das palavras, o coração acredita em tua alma...
Alma porção em metades...
Intenso movimento a vagar em madrugada solitária...
Limites impostos em desavenças a quebrar correntes...
Mãos aprisionadas que se rebelam...
Pensamento borbulha no olhar de desejos acreditados...
Meus braços se tornaram o alicerce de toda minha ternura...
Meus braços se tornaram meu alicerce...
Não quero mais derramar lagrimas na busca da tua presença...
* sonhos e poesis *