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terça-feira, 29 de maio de 2012

Das Estrelas

Que admirei, molhadas
por rios e rocios diferentes,
eu não escolhi senão a que eu amava
e desde então durmo com a noite.

Da onda, uma  onda e outra onda,
verde mar, verde frio, ramo verde,
eu não escolhi senão uma só onda:
a onda indivisível de teu corpo.

Todas as gotas, todas as raízes,
todos os fios da luz vieram,
vieram-me ver tarde ou cedo.

Eu quis para mim tua cabeleira.
E de todos os dons de minha pátria
só escolhi teu coração selvagem.
Pablo Neruda





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