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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Noite de saudades

A noite vem pousando devagar
Sobre a terra que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do  luar
A quis tornar divinamente pura...

Ninguem vem atráz dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu ouço a noite imensa a soluçar!
E eu ouço soluçar a noite escura!


Por que es assim tão escura, assim tão triste?!
É que és, talvez, o noita , em ti existe
Uma saudade igua à que eu contenho!

Saudade que eu nem sei donde  vem...
Talvez de ti o noite! ... Ou de ninguém...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!

Florbela Espanca
                                                                                                                 

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