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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sombra no ar

Um resto azul de sono ainda me ilude.
Mais visível se torna o meu fantasma
Turvo, entre a névoa da metamorfose.

Respiro o ar leve que sustenta o mundo.

A vida, nada mais que esse respiro
Meu olhar, nada mais que essa procura.
Este o mundo a que vim, de pedra e sonho.

Penso: Por que me cerca este cenário?
Quem sou eu para ser digno da vida?
Que farei neste mundo, que direi?

Prefiro à minha voz o som das águas,
E a um pensamento, por maior, prefiro
Que por minha cabeça passe o vento.

Arde a nuvem na luz que além se acende.

Ao longe, o fundo da existência. Sempre
O céu presente, do alto presidindo

       [Dante Milano]

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