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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

À lua

 Por que tens, por que tens olhos escuros
 E mão lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, que és tu, não eu, e estás em mim
impuro, como o bem que estás nos puros?

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.








Que beijo teu de lâgrima terei para esquecer o que vivi lembrando
E que farei da antiga mágoa quando não puder te dizer por que chorei?




















Não te vira cantar sem voz, chorar sem lâgrimas e estrelas
desencantar, e mundo recolhe-las para lançá-las fuldurando ao mar?

*Vinicius de Moraes*

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