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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Soneto da Espera

Aguardando-te, amor, revejo os dias
Da minha infância já distante, quando
Eu ficava, como hoje, te esperando
Mas sem saber ao certo se virias.

E é bom assim, quiero, lembrando
Ao longo de milhares de poesias
Que te estás sempre e sempre renovando
Para me dar maiores alegrias

Dentro em pouco entrarás, ardente e loura
Como uma jovem chama precursora
Do fogo a ser atear entre nós dois

E da cama, onde em ti me dessedento,
Tu te erguerás como o pressentimento
De uma mulher morena a vir depois

       Vinicius de Moraes



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