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sábado, 12 de outubro de 2013

O meu soneto


Em atitudes e em rítmos fleumáticos
Erguendo as mãos em gestos recolhidos,
Todos brocados fúlgidos, hieráticos,
Em ti andam bailando os meus sentidos...

E os meus olhos serenos, emigmáticos
Meninos que na estrada andam perdidos,
Dolorosos, tristíssimos , extáticos,
São letras de poemas nunca lidos...

As magnólias dos meus dedos
São mistérios, são filtros, são enredos
Que pecados de amor trazem de rastros...

E a minha boca, a rútila manhã,
Na Via Láctea, lírica, pagã,
A rir desfolha as pétalas dos astros!...

        "Florbela Espanca"

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